BOLETIM #34 - UMPOUCO DO QUE VIVEMOS DURANTE OS SALTOS DO RECORDE
O Recorde Sul-Americano de Grandes Formaçōes em Queda Livre foi oficialmente batido nodia 20 de junho de 2025, por volta do meio-dia, após 13 saltos realizados ao longo de uma semana intensa de treinos e tentativas. O evento, organizado pelo projeto Team of Teams, aconteceu entre os dias 15 e 20 de junho na Skydive Paraclete XP, na cidade de Raeford, Carolina do Norte, EUA.
A proposta do evento ia muito além do número: unir as lideranças e atletas do Brasil e de toda a América do Sul em torno de um projeto coletivo, técnico, desafiador e inspirador. E foi exatamente isso que aconteceu.
Na nona tentativa oficial, após ajustes criteriosos e evolução técnica visível a cada salto, 104 paraquedistas completaram a formação histórica no céu americano, registrando o maior big-way sul-americano já realizado, sob a coordenação técnica do continente.
A trajetória até o sucesso, porém, exigiu muito mais do que técnica. Os atletas enfrentaram temperaturas elevadas, longos períodos em solo sob sol intenso, weather holds(paradas por causa das condições metereológicas), além dos desafios naturais de saltar a partir de cinco aeronaves em formação (duas CASA e três Twin Otter) e com altitudes elevadas, que afetavam a oxigenação e o desempenho físico. Ainda assim, o grupo demonstrou um impressionante nível de disciplina, resiliência e espírito de equipe.
Durante os treinos e tentativas, ajustes finos na formação foram sendo feitos por decisão dos capitães, que analisavam cuidadosamente as imagens após cada salto e, em sintonia com a coordenação técnica, mantinham o time informado e motivado. A cada tentativa, o grupo se aproximava mais do objetivo, até o momento em que a formação se completou clara, firme e precisa — e com o céu azul colaborando.
Quando a figura final se formou no ar, muitos atletas relataram a experiência como mística e transcendental. Um instante de silêncio absoluto, como se o tempo tivesse parado. A sensação descrita por vários recordistas foi a de que uma energia inexplicável conectava cada um dos 104 atletas em uma só vibração — um momento sublime que ficará para sempre na memória de todos os envolvidos.
O recorde é reflexo da maturidade técnica que o paraquedismo sul-americano vem construindo ao longo dos anos, e da força de um modelo de liderança compartilhada, que valoriza o coletivo, respeita atletas e constrói vitórias com base na confiança.
Mais do que quebrar um número, o Team of Teams uniu gerações, resgatou amizades, revelou novos talentos e elevou o espírito do esporte a um novo patamar. Essa conquista entra para a história não apenas como uma marca numérica, mas como um exemplo de união, superação e excelência esportiva.
Um grupo de reserva, o Alpha Team, formado por atletas experientes e capitães, participou dos saltos nos intervalos das tentativas, oferecendo suporte técnico eoperacional para eventuais substituições.
O julgamento oficial da formação foi feito por três árbitros da FAI – Federação Aeronáutica Internacional.
Estiveram representados os países: Brasil, Argentina, Chile, Equador, Paraguai e Uruguai.
Militares das 3 Forças, da Polícia Federal e da Policia Militar participaram do recorde.
O evento teve patrocínio da Revee e da Stratosphere, com apoio da Performance Designs, Cypres e Vector. Também apoiaram oficialmente o evento a CBPq – Confederação Brasileira de Paraquedismoe o CAB – Comitê Aerodesportivo do Brasil.
Os grupos quecompõem o Team of Teams são: BrDT, Prime, Recorde Feminino e Skydive University.
Parabéns aos atletas, capitães, staff e apoiadores. Esse recorde é de todos nós — e é um marco que seguirá inspirando o paraquedismo sul-americano por muitos anos.
