BOLETIM #18 – INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Cada posição na formação do recorde tem uma função técnica específica e essencial para o sucesso coletivo: floaters, first divers, last divers, base de 8, anéis centrais da base de 40, stingers, âncoras dos loops, meios dos loops e zippers externos, cada uma delas com demandas de voo distintas, técnicas e bem definidas. Mais próximo do evento, você será informado sobre a sua posição específica. O seu capitão de setor fornecerá todos os detalhes sobre seu papel no salto.
Altura de Lançamento – Os saltos serão realizados entre 12.500 pés e 18.000 pés de altura. Não haverá saltos acima dessa altura no evento.
Dirt Dives – Os dirt dives serão realizados com macacão. Nós sempre iniciaremos todos os dirt dives com os atletas gripados (desta forma podemos ver quem está faltando). Vamos sempre fazer dirt dives com todo o equipamento antes de embarcar e decolar.
Embarque e Procedimento Dentro da Aeronave – Saiba qual é a sua aeronave e quem é o capitão (da aeronave que é diferente do capitão do setor). Embarque na posição correta, no sentido inverso à sequência de saída. Permaneça sempre na mesma posição dentro do avião, marcando seu local e cânula de oxigênio. Durante a subida, economize energia se movimentando o mínimo possível. Levantar apenas ao comando do capitão da aeronave. Ajuste seu equipamento antes de embarcar e, após levantar dentro da aeronave, faça apenas pequenos ajustes.
Uso de Oxigênio – O oxigênio será acionado por volta de 12.000 ft. Mantenha sua cânula o maior tempo possível. Quanto mais o oxigênio for utilizado, melhor será sua performance no salto. Fique com a cânula até mesmo na posição de saída (line up). Se for possível continue respirando oxigênio mesmo na posição no line up. O uso de oxigênio traz alguns inconvenientes, como ressecamento da boca e traqueia. Por isso, deve-se beber bastante água e usar balas na aeronave.
Saída – “Line up”. Mantenha proximidade, chegue à sua posição, PARE, respire e permaneça imóvel. Concentre-se na saída. Quanto mais juntos estivermos na saída, mais próximo todos estarão da formação, aumentando as chances de sucesso. Saídas fazem a diferença entre ter ou não o recorde, portanto concentre-se em um “line up” bem espremido, mantendo seu corpo em contato com o equipamento do atleta à frente mesmo quando estiver a caminho da saída.
Apresentação ao Relativo – Se você for um diver, apresente-se aproveitando o vento relativo, ou seja, lateralmente no Twin Otter e mergulhando verticalmente “sem selar” no Casa.
INDO PARA A FORMAÇÃO
Identificação – Visualize a base tão logo esteja em queda livre. Antecipe-se ao ao seu quadrante e inicie o deslocamento em sua direção o quanto antes. Identifique sua radial e seu “sheepdog”.
Swoop – Após sair do avião, vá direto para o seu quadrante. Faça um flare contra o vento relativo antes de interceptar a radial. Em seguida, entre na sua radial, mantendo o ângulo do “stadium” (estádio) até alcançar seu slot.
Tente seguir de perto o atleta que estiver à sua frente (sheepdog). Muitos slots foram planejados para que um atleta sirva de referência para o outro. Ao estudar o desenho da formação, identifique quem serão as melhores referências para o sheepdog. Fale com eles e peça para ver as cores do macacão, container e capacete. Memorize!
Não ultrapasse a pessoa que você deve gripar ou o seu sheepdog, mesmo que tenha habilidade para chegar mais rápido. Isso pode atrapalhar a aproximação do colega e comprometer a organização da formação. Se for necessário, alterações de slot poderão ser feitas após alguns saltos.
Radial – A radial é a linha que passa pelo centro da formação, pelo seu slot e se estende até lá fora da formação. Você deve localizar a linha imaginária da radial e manter-se nela. Desenvolva a capacidade de visualizá-la mentalmente no chão e no ar. Todas as aproximações da formação devem ser feitas na radial exata. Ao aproximar-se da formação, mantenha-se rigorosamente no stadium.
Stadium – O stadium é uma zona de descida em ângulo até a formação, como se fosse a arquibancada de um estádio. No estádio você estará se aproximando em um declive. Ele tem o início onde você intercepta a sua radial, colocando-o sempre mais alto em relação à formação e à pessoa que está seguindo. O estádio garante que você tenha energia para deslocar-se para frente enquanto se mantém acima do nível da formação. Mantenha o ângulo de 30 graus em relação ao plano da base (referência média de 1 metro para cima e 1,5m afastado). Aproximações verticais ou em nível resultam em colisões.
Chegada no slot – Ao se aproximar faça ajustes no deslocamento vertical e horizontal. Mantenha-se calmo, pare totalmente antes gripar. Certifique-se que o seu center point não carrega nenhuma inércia. Leve seu corpo até o seu lugar, atento ao nível e ao posicionamento previsto para o seu slot.
Center Point – Em FQL voamos o nosso center point. Aprenda a pensar que ele é o centro do seu corpo. É o seu center point que deve se deslocar, posicionar e estacionar no slot. Não importa se a sua cabeça está no lugar certo, mas o center point estiver fora ou se movimentando, pois o center point é o parâmetro e ele tem que estar posicionado corretamente. No chão andamos em pé, mas em queda livre voamos deitados.
VOANDO O SEU SLOT
Gripando – Pare completamente e realize o grip. Ao chegar no seu slot, pare completamente, mantenha seu corpo (center point) parado por um ou 2 segundos, respire, equalize a velocidade de queda livre e faça o grip suavemente. Após gripar, ajuste a sua posição (Box) “travando” o corpo de maneira firme, porém flexível e relaxado. Permaneça nessa posição olhando para o centro da formação ou para o seu cross reference até a altura de separação. Lembre-se de olhar para o centro da formação o tempo todo. Se tiver que olhar para o grip onde deverá segurar na aproximação, olhe rapidamente, faça o gripe e volte a olhar para o centro. Essa “olhada” no grip dura no máximo meio segundo.
Posição do Grip – A maioria dos grips é de pulso. Grips de perna serão altos e do lado de fora da coxa, próximos ao tirante de perna. Grips especiais (grips internos na perna) só se o seu capitão de setor assim determinar.
Voando a Formação – Após o grip, mantenha-se voando. Relaxe os músculos, mas mantenha-se firme no slot. Mantenha contato visual com a base, corpo nivelado, levemente abaixo da formação, pernas apoiadas no vento e mãos ligeiramente acima da cabeça. Em caso de pororoca (ondas), mantenha a posição firme e ajuste o nível com a base após a passagem da onda.
Contato Visual – Depois de gripar, olhe para o centro da figura. Manter-se sempre olhando para o centro da formação e o seu cross reference atráves do centro é a atividade mais importante para quem já gripou. O contato visual com o cross reference passando pelo centro da formação fornece informações fundamentais para que todos mantenham a figura sólida e no mesmo nível. Fique levamente abaixo para manter a razão de queda. Os sinais de separação virão do centro da formação!
Tensão nos Grips – Se você seguir as orientações acima, não haverá tensão, no entanto, se você estiver causando a tensão, estique as pernas, pois pernas encolhidas podem causar essa tensão. Atenção: se tiver instabilidade quando já estiver gripado no seu slot, você pode estar flutuando. Nesse caso, fale com o seu capitão e coloque um pouco de peso.
Velocidade de queda – A meta é voar a 122–127 MPH (196–204km/h). A velocidade será determinada pelos capitães da base e será comunicada nos briefings. Estabilize a sua razão de queda. Mantenha sempre o mesmo peso extra a cada salto. Siga as regras de ajuste de peso conforme seu slot.
Hard deck - O hard deck é a altura mais baixa para uma determinada ação (e.g.: separação, comando, abertura). No hard deck você deve tomar a iniciativa de fazer o que está previsto para aquela altura, independente de sinalização ou da situação em que se encontra.
*OBS – Caso “passe para baixo”, mantenha SEMPRE o contato visual, mantenha-se horizontalmente imóvel, vire 90 graus com a formação e olhe lateralmente para cima. Continue procurando voltar para o nível até a primeira altura de separação. Inicie o track com o primeiro grupo e comande na altura mais baixa. Caso afunde demasiadamente e continue afundando ao ponto de perder o contato visual com a formação, ou de perder seu quadrante (efeito enceradeira), afaste-se no track imediatamente e comande na altura mais baixa prevista (hard deck de comando do primeiro grupo de tracking).